Cuidado com o Peso das Palavras: como os Quatro Compromissos mudaram minha vida | Edição #004

Tempo de Leitura: 10 minutos
Quatro compromissos
Foto por: www.freepik.com – Os quatro compromissos

Engraçado como algumas coisas causam uma transformação profunda em nossas vidas.

Mais engraçado ainda quando elas estão, literalmente, juntando poeira em seu armário 🤦‍♂️

Há mais de dois anos meu grande irmão Mautama me indicou a leitura do livro “Os Quatro Compromissos – de Don Miguel Ruiz.

Me interessei muito pela ideia do livro – quatro compromissos para conduzir sua vida rumo a liberdade pessoal. Como bom sagitariano que sou amo a liberdade e só aí o livro já tinha despertado minha atenção.

Em novembro de 2023 comprei o livro e ele passou a juntar poeira na minha estante, junto com outras obras incríveis 😅

Após vários meses me rendi e comecei a sua leitura. Um daqueles livros pequenos, com poucas páginas, mas que viram o nosso mundo de cabeça para baixo.

Amei a visão de mundo dos Toltecas e decidi colocar em prática os quatro compromissos na minha vida. Um belo desafio diário!

Como a transformação na minha vida tem sido significativa, decidi compartilhar esse conhecimento com você.

O que você vai ver neste post?

1. O peso das palavras
2. Nem tudo é sobre você
3. Pare de tirar conclusões
4. Por que não ser melhor?
5. Abrace os quatro compromissos


1. O peso das palavras

O primeiro dos quatro compromissos transmitido pelos Toltecas já me deixou bastante intrigado. Primeiro porque em uma leitura rápida eu acabei entendendo ele mais ou menos errado (kkkkkkk).

Mas depois, a explosão na minha mente foi tão grande que, ali, naquele momento, eu já sabia que esse livro estaria para sempre no top 5 dos livros que mais transformaram a minha vida.

Foto por: www.freepik.com – Os quatro compromissos

O que vem à sua mente lendo essa frase? Na minha, veio a ideia de ser sempre coerente, de manter minha palavra, de me comunicar bem, dizendo exatamente o que penso. Mas não era bem essa a mensagem que os Toltecas deixaram.

Eles destacam o fato de que A PALAVRA É O NOSSO PODER DE CRIAÇÃO!

É por meio da palavra que manifestamos nossos pensamentos, sentimentos e desejos no mundo material.

A comunicação é uma das ferramentas mais poderosas do ser humano, justamente por esse poder de criação e de materialização. Entretanto, como uma espada de dois gumes você pode usar a palavra para criar o mais belo dos sonhos, ou para destruir tudo ao seu redor.

Dependendo de como você irá utilizá-la, a palavra pode libertá-lo ou escravizá-lo. E é aqui que se esconde o verdadeiro entendimento do primeiro dos quatro compromissos.

Ao determinar que você deve ser IMPECÁVEL com sua palavra, os Toltecas nos orientam a parar de pecar contra nós mesmos através do uso das palavras.

Essa foi a ideia que explodiu a minha mente: de que usando a palavra levianamente, estamos pecando contra nós mesmos.

Como assim não usar a palavra contra nós mesmos?

Como mencionado, a palavra é nosso poder de criação e tudo aquilo que ouvimos ou dissemos está criando uma realidade para nós.

Por exemplo, a menos que você tenha crescido em uma caverna ou no meio da floresta é provável que, ao longo da sua formação, você tenha escutado várias opiniões a seu respeito. Seus pais, irmãos, amigos, professores, familiares, todos, em algum momento, disseram algo sobre você.

E qual é o problema disso?

Nem tudo o que você ouviu foi bom! E isso pode ter alimentado uma voz interior que diz que você não é bom/boa o bastante, não é bonito(a) o bastante, não é tão inteligente e, dando atenção para essas palavras, elas entram em sua mente e criam raízes. Você passa a se julgar e se condenar o tempo todo – isso é pecado para os Toltecas.

E o mesmo acontece quando usamos a palavra de forma indevida com as outras pessoas.

Assim, se eu o encontro na rua e o chamo de estúpido, mesmo que pareça que estou usando a palavra contra você, na realidade, eu a estou usando contra mim mesmo, já que essa atitude irá alimentar raiva, ressentimento ou até mesmo ódio em você, o que será redirecionado para mim.

No fim, se eu ofendo alguém porque estou com raiva e não me controlo emocionalmente, estou usando minha palavra contra mim.

Agora, se amo a mim mesmo serei impecável com a minha palavra e expressarei esse amor na forma em que me comunico com você, o que produzirá uma reação análoga em mim.


2. Nem tudo é sobre você

Somos o centro das nossas vidas, é verdade. Mas algumas pessoas acham que são o centro do mundo e tudo, realmente tudo que acontece é sobre elas.

O segundo dos quatro compromissos serve para nos dar um choque de realidade e entendermos que, nem tudo é sobre nós mesmos.

Foto por: www.freepik.com – Os quatro compromissos

Independente do que aconteça com você, não leve para o lado pessoal.

Se um desconhecido te ofende no trânsito, não é sobre você, mas sobre como ele se sente naquele momento – É SOBRE ELE. Se você aceita a ofensa e leva para o lado pessoal é porque concorda (mesmo que inconscientemente) com o que está sendo dito.

Tenha uma coisa sempre em mente: nada do que os outros fazem é motivado por você, é sempre por eles mesmos.

A filosofia Tolteca nos ensina que todas as pessoas vivem em seu próprio sonho, em sua própria mente. Elas estão em um mundo completamente diferente daquele em que vivemos. E quando levamos algo para o lado pessoal, presumimos que os outros sabem o que está acontecendo dentro do nosso mundo.

Então, mesmo que pareça pessoal, o que os outros dizem, o que fazem e as opiniões que emitem estão de acordo com os compromissos que eles possuem em suas próprias mentes.

Conosco não é diferente, quando nós levamos algo para o lado pessoal, nos sentimos ofendidos e a reação natural é defender nossas crenças, criando um conflito. E é comum que se crie uma tempestade em copo d’água para provar que estamos certos e os outros errados.

Pare de levar as coisas para o lado pessoal. O segundo dos quatro compromissos vem nos ensinar que o que quer que você pense, como quer que se sinta, isso é problema seu!

Por que?

Porque cada pessoa enxerga o mundo com olhos diferentes.

Até mesmo as vozes que estão na nossa cabeça podem não ser verdadeiras, ou seja, não há necessidade de levar para o lado pessoal, nem mesmo o que escuta em sua própria mente. Você tem a opção de acreditar ou deixar de acreditar nessas vozes.

Por fim, vale destacar um trecho do livro Os quatro compromissos: Quando realmente enxergamos as pessoas como elas são, sem levar para o lado pessoal, nunca poderemos ser feridos pelo que elas digam ou façam. Mesmo que os outros mintam para você, não há problema. Estão mentindo porque têm medo. Têm medo de que você descubra que eles não são perfeitos.

Esse pensamento está diretamente ligado ao próximo compromisso.


3. Pare de tirar conclusões

O ser humano tem a tendência de tirar conclusões sobre tudo. Precisamos de pontos finais, de uma resposta completa e quando não temos, presumimos.

O problema é que acreditamos que essas conclusões que saem da nossa cabeça são verdadeiras.

Tiramos conclusões sobre o que os outros estão fazendo, sobre o que estão pensando, então, atribuímos culpa e reagimos destilando veneno.

Quem não conhece aquela pessoa que se o marido ou esposa se atrasa para chegar em casa já começa a tirar as piores conclusões possíveis? “Deve estar me traindo, está de caso com outro(a)”, e por aí vai.

Quanta tristeza e drama já não foram causados no mundo pelo fato de pessoas tirarem conclusões erradas? É por esse motivo que o terceiro dos quatro compromissos é:

Foto por: www.freepik.com – Os quatro compromissos

Quando alguém tira conclusões, ela acaba levando para o lado pessoal.

Minha amiga esqueceu meu aniversário? É porque não eu não tenho importância na vida dela.
Meus pais ajudam muito mais a minha irmã! É porque eles a amam mais.
Aquela menina por quem sou apaixonado sorriu pra mim. Nossa, ela deve sentir o mesmo por mim.

Cada uma dessas conclusões é uma semente que pode causar sofrimento. E o pior é que esse sofrimento seria facilmente evitado se as pessoas fizessem mais perguntas.

Entretanto, temos medo de pedir esclarecimentos, então tiramos conclusões e acreditamos estar certos sobre elas.

Um colega do ensino fundamental passou quase uma década me chamando de Leandro 😅
Provavelmente, em algum momento ele presumiu que esse fosse meu nome e, no lugar de perguntar, aceitou aquilo como uma verdade.
Nunca tive nenhum problema por conta disso, na verdade, era até engraçado quando passava por ele e ele me chamava pelo nome errado. O pior é que, no fundo, acho que ele sempre desconfiou que estava errado 😂 Mas seguimos a vida.
Um dia, após passar por ele e ele me cumprimentar como sempre (“E aí Leandro!”), ouvi alguém corrigi-lo, dizendo que meu nome era Tiago. Também foi uma cena engraçada.

Esse relato inofensivo ilustra como uma simples pergunta teria evitado anos de uma comunicação errada. É claro que eu poderia ter corrigido ele muitos anos atrás, mas também estava com vergonha e não tomava a iniciativa.

Agora, imagina os problemas decorrentes de conclusões tiradas dentro do seu relacionamento. E não precisa ser nada trágico. É comum presumirmos que nossos parceiros sabem exatamente o que estamos pensando e que não temos necessidade de expressar nossos desejos.

Assim, quando ele ou ela não realiza exatamente aquilo que eu esperava, fico magoado(a) e começamos a discutir.

Devemos parar de presumir que todos enxergam a vida da mesma forma que nós, que sentem do mesmo jeito que sentimos, que julgam como nós julgamos e que sofrem da mesma forma que sofremos.

Cada ser humano é individual e único, com experiências de vida exclusivas. Por isso devemos substituir as conclusões por perguntas. Permitir ao outro contar a sua história.

E se você não se sente confortável para agir assim com outras pessoas, comece por você. Pare de tirar conclusões sobre si mesmo. Você se superestima ou subestima porque não resolveu parar e formular perguntas poderosas sobre a sua vida e sua história. Se questione mais. Sobre seus sonhos, seus objetivos, seu futuro. Reúna fatos sobre sua vida. Pergunte mais antes de tirar conclusões.

No dia em que você parar de presumir, de tirar conclusões, irá se comunicar com clareza, livre de veneno emocional, tornando sua palavra impecável.

4. Por que não ser melhor?

O último dos quatro compromissos é o motor que irá permitir que você consiga cumprir os três anteriores. É ele que te permitirá estar alerta para manter a sua palavra impecável, atento para não levar nada para o pessoal e vigilante para parar de tirar conclusões.

Através do quarto compromisso você irá conduzir toda a sua vida de uma outra forma, buscando sempre ser a sua melhor versão.

Foto por: www.freepik.com – Os quatro compromissos

Sob qualquer circunstância, você sempre deverá fazer o melhor possível, NEM MAIS NEM MENOS.

Esse compromisso, no entanto, deve sempre vir acompanhado da clareza de que “O SEU MELHOR NUNCA SERÁ O MESMO DE UM INSTANTE PARA OUTRO”.

Ou seja, para colocar em prática o quarto compromisso, você deve estar ciente que fazer o seu melhor às vezes irá resultar em uma entrega de alta qualidade. Você será super produtivo, obterá êxito em tudo o que tente fazer, fechará aquele negócio porque estava “inspirado”.

Entretanto, em outras vezes, não será tão bom, nem todas as coisas darão certo, você não será tão produtivo quanto poderia, algumas coisas poderão não dar certo, porém, você terá dado o seu melhor.

É óbvio que NÃO CONSEGUIMOS ESTAR NO 100% O TEMPO TODO! Só como exemplo, é bem provável que de manhã, quando você acorda, após um longo e merecido descanso, restaurado e cheio de energia o seu melhor terá mais qualidade do que no dia em que seu filho chorou a noite toda e você quase não dormiu.

O último dos quatro compromissos nos ajuda a conduzir nossa vida buscando a excelência, porém, respeitando o fluxo natural da nossa vida.

Independente da qualidade da sua entrega, você deve continuar dando o seu melhor, nem mais nem menos.

Dando o melhor de si, você vai viver intensamente sua vida, se sentindo produtivo, contribuindo com o mundo, cuidando da sua família e sentindo a mais intensa felicidade.

5. Abrace os Quatro Compromissos

Agora que chegou aqui, que conhece os Quatro Compromissos, te convido a colocá-los em prática no dia a dia.

  1. Seja impecável com sua palavra
  2. Não leve nada para o pessoal
  3. Não tire conclusões
  4. Sempre dê o melhor de si

Esses princípios são mais do que simples regras; são guias para uma vida mais consciente e harmoniosa. São uma forma de se libertar dos problemas que nos causam ansiedade, tristeza, que nos impedem de continuar avançando na construção dos nossos sonhos.

Ao abraçar esses compromissos, você estará no caminho para uma vida mais equilibrada e significativa.

Não é fácil, eu sei disso, cada um dos quatro compromissos é um desafio constante. Mas encare como um processo contínuo de aprendizado e aprimoramento. E, caso você vacile – e você vai vacilar, lembre-se do quarto compromisso: apenas continue dando o seu melhor.

Espero ter despertado um pouco a sua curiosidade sobre o tema. Ou, melhor ainda, ter te incentivado genuinamente a aplicar esses princípios em sua vida. E se for esse o caso, deixe-me saber como você está indo – me mande uma mensagem, um e-mail, deixe um comentário nesse post, enfim, se quiser trocar uma ideia sobre o tema, venha falar comigo.

Carpe Diem

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Tiago Marinho

Obcecado por desenvolvimento pessoal desde os 28. Apaixonado por histórias desde os 4 anos. Observador do comportamento humano desde sempre. Acredito que estamos nessa jornada para ter as experiências mais incríveis e evoluir durante o processo. Compartilho ideias que ajudaram a transformar a minha vida e que talvez possam te ajudar a dar os próximos passos na sua evolução. Carpe Diem!

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